SIMARSUL assinala 20º aniversário com conferência no Barreiro
Realizou-se esta quarta-feira, no auditório Augusto Cabrita, a conferência que assinala o 20º aniversário da SIMARSUL e que integra o “Ciclo de Conferências - 20 anos a Tratar o Futuro da Região” para celebrar os impactos positivos de duas décadas de serviço público de saneamento na Península de Setúbal e fazer um balanço e projetar e discutir as perspetivas futuras em estreita articulação com cada município parceiro e de forma próxima com a comunidade e os principais stakeholders da SIMARSUL.
O Barreiro recebeu esta primeira conferência dedicada às “Sinergias para a Recuperação Ambiental do Território”. A mesa-redonda foi moderada por Carlos Maurício Lopes – ex-Administrador da SIMARSUL em funções de 2004 a 2013 - e contou com os seguintes parceiros: Carlos Guerreiro, Vereador da Câmara Municipal do Barreiro, Luis Catarino, Presidente do Arco Ribeirinho Sul, Susana Fernandes, Administradora da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, Teresa Almeida, Presidente da CCDR LVT, e Francisco Ferreira, Presidente da Zero.
Participaram também da conferência a Administradora do Grupo Águas de Portugal, Alexandra Serra, o Presidente da SIMARSUL, Francisco Narciso, e o Diretor do Jornal Rostos, António Sousa Pereira - como relator convidado das diferentes perspetivas históricas partilhadas pelos parceiros no painel sobre as sinergias para a recuperação ambiental do Território.
Foi recordado o contexto que levou à criação da SIMARSUL, a estratégia integrada local dos municípios do Barreiro e da Moita e a estratégia regional dos Municípios da Península de Setúbal, bem como as principais etapas da criação da empresa conduzindo à reflexão sobre as sinergias desenvolvidas e os desafios futuros.
Carlos Guerreiro, vereador da Câmara Municipal do Barreiro, iniciou a sessão dando as boas-vindas em representação do município e valorizou o contributo da SIMARSUL na melhoria da qualidade das águas dos rios, e expressou preocupações sobre soluções para os territórios do Arco Ribeirinho Sul. Na sua opinião, os sucessos da SIMARSUL na valorização do ambiente e qualidade de vida, são sucessos dos municípios.
Na sessão de abertura, Alexandra Serra, Administradora do Grupo Águas de Portugal, destacou a confiança dos parceiros municípios, a competência dos trabalhadores/as da SIMARSUL, a convergência de objetivos regionais e nacionais, a colaboração entre parceiros e o compromisso para ultrapassar os desafios e criar soluções como fatores críticos do sucesso deste projeto regional transformador.
Por outro lado, sublinhou que o modelo organizacional da SIMARSUL de estreita cooperação com as autarquias, merece reconhecimento ao nível nacional e, até, inspira outras regiões da europa e do mundo. Mais considerou, que a SIMARSUL ao ser o motor das transformações na região, faz a diferença na vida das pessoas.
Carlos Maurício Lopes, Ex-Administrador Executivo da SIMARSUL, percorreu a história, recordou as condições de degradação ambiental, quer nos rios, quer no ar, resultantes da atividade industrial, que marcou a vida do Barreiro, por muitas gerações.
O 25 de Abril e o Poder Local, na sua opinião deu um contributo para pensar e agir no meio ambiente e, disse, que ainda no tempo da Comissão Administrativa, nasceu o projeto de criação da ETAR Barreiro – Moita, no local onde foi construída pela SIMARSUL.
Referiu as dificuldades que existiram durante décadas de captar fundos europeus e com eles concretizar investimentos de grande importância para o desenvolvimento da região, situação que só se alterou com a criação da SIMARSUL que teve um papel decisivo ma melhoria das condições ambientais e na qualidade de vida das populações.
Luis Catarino, Presidente do Conselho de Administração do Arco Ribeirinho Sul, referiu que o Arco Ribeirinho Sul em estreita colaboração com a SIMARSUL, realizaram obras estruturantes, que contribuíram para a despoluição dos rios Tejo e Coina.
Na sua opinião, no futuro sistema de tratamento de águas residuais e abastecimento de água no território do Arco Ribeirinho Sul, os mesmos devem ser integrados nas redes do município, uma solução que é reconhecida como o inadiável, na continuação de medidas de desenvolvimento daquele território.
Por outro lado, defendeu a necessidade imperiosa de ser pensado o futuro abastecimento de água, equacionado num novo modelo que sirva os 9 municípios da Península de Setúbal.
Susana Fernandes, da Agência Portuguesa do Ambiente, Administradora da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, recordou que SIMARSUL sempre respeitou, em estreita colaboração com a APA, o cumprimento das normas de descargas residuais, e, tem contribuído de forma decisiva para a melhoria do meio hídrico da região.
Teresa Almeida, Presidente do Conselho Diretivo da Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo, alertou para a necessidade de se ter em atenção a revisão do PROT, que está em curso, porque essa revisão tem um papel central na coesão do território, na coesão social, nas matérias ambientais, na proteção do património ambiental e na implementação de um modelo de desenvolvimento.
E, sublinhou a importância da criação da NUT II, que abre um próximo ciclo de oportunidades, contexto que exige à Península de Setúbal uma estratégia própria para captar fundos europeus, envolvendo entidades públicas e privadas.
Francisco Ferreira, Presidente da Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, salientou que a criação da Reserva do estuário do Tejo, e, a Reserva do Estuário do Sado foram de grande importância na valorização da biodiversidade e de preservação do património natural, zonas que se enquadram nos territórios sob influência da Acão da SIMARSUL, e, que esta ação tem contribuído para implementar melhorias ambientais.
Por outro lado, apontou a importância do Pacto Ecológico Europeu, sublinhado que o mesmo deve influenciar toda a gestão na área do ambiente.
O ambientalista considera ser necessário existir mais informação sobre a gestão dos recursos hídricos e defendeu que deviam criar-se condições para que no estuário do rio Tejo existissem zonas balneares que se possam frequentar com qualidade e não continuar apenas com as zonas que existem na foz.
Na sessão de encerramento, Francisco Narciso, Presidente do Conselho de Administração da SIMARSUL, salientou a par dos resultados de 20 anos de intervenção conjunta, o sucesso inegável dos progressos obtidos na melhoria da saúde publica e que “ 20 anos é uma idade bonita que não pode deixar de ser assinalada. Porque de grandes desafios climáticos e outros todos falamos, este momento, tem que ser não apenas de falar do percurso e do balanço onde chegámos, mas também o que estamos a fazer por um futuro melhor para o território”.
“No momento em que o Grupo Águas de Portugal assinala os seus 30 anos e a SIMARSUL 20 anos, fica mais uma vez evidente, que não só temos um histórico que muito contribuiu para alterar o panorama do desempenho ambiental no nosso país, como estamos muito comprometidos com o futuro, acelerando a economia circular da água e ação pelo clima, ambições que concretizam o nosso propósito de fazer a diferença na vida das pessoas, incentivando a inovação em prol de um futuro mais sustentável. Por isso o nosso lema «20 Anos a Tratar o Futuro.» “, sublinhou Francisco Narciso.
Mais referiu que este ciclo de conferências "20 Anos a tratar o Futuro" representa a forma idealizada para assinalar os 20 anos de intervenção conjunta em parceria com os municípios e em contato com os nossos stakeholders, ouvindo em particular as populações servidas, os municípios, as principais instituições com quem lidamos, sejam reguladores, sejam ONGs, a academia, promotores de atividades económicas e comunicação social, que desde o início nos acompanham, e a quem muito devemos.”
A finalizar, Francisco Narciso agradeceu a todas e a todos os que diariamente asseguram os serviços da SIMARSUL, que são essenciais às populações, e a todos aqueles que ao longo destes anos, deram o seu contributo.
Reportagem completa da intervenção de Francisco Narciso aqui:
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